O
leitor já deve ter percebido bem que este manual ignora largamente a questão do
homossexualismo. Portanto, os únicos protagonistas possíveis do deselegante
diálogo que rotula este capítulo são um homem e uma mulher, que manifestam-se
nesta respectiva ordem. Ainda há um elemento ausente, o amante da mulher, que
talvez nem mesmo exista.
A
discussão é sobre práticas sexuais. Ao corno da discussão, preocupa o fato de a
"sua" mulher ter feito qualquer coisa mais especial com o Ricardão, que
com ele mesmo.
Parece
uma bobagem, coisa de corno mesmo, mas não é. Uma mulher realmente se dispõe a
fazer mais estripulias sexuais com um homem a quem ela realmente ama ou deseja.
Eis uma das verdadezinhas sujas da vida, que as mulheres
gostariam
de ver oculta, a todo custo.
Imagine
um gráfico cartesiano, onde o eixo X é o valor relativo de um homem, avaliado
por uma determinada mulher, varie de 0 a 10, onde zero é o homem mais repugnante, e
10 o homem mais desejável da face da Terra. Sempre lembrando que esse
"valor" atribuído a cada homem varia de mulher para mulher, e também
numa mesma mulher por força do Princípio da Incerteza.
Já
o eixo Y é um sacrifício qualquer, que a mulher faria por um homem, também variando
de 0 a 10,
onde 10 seria, digamos, matar outra mulher pelo amado.(Suicídio NÃO é um
candidato a sacrifício máximo. O instinto de conservação de uma mulher é muito
mais apurado que o de um homem).
Sacrifício (Y)
|
|
|
|
|
+-------------Qualidade(X)
Então,
poderíamos atribuir uma cota de sacrifício a cada prática sexual mais usual: 1
para sexo normal (visto que não é exatamente um sacrifício para a mulher), 4
para sexo oral e 7 para sexo anal. Estes seriam valores "médios"; depois
discutiremos sobre isso.
-
|
|
sexo anal|
|
|
sexo oral|
|
|
sexo normal|
+-------------------| Qualidade (X)
Então,
cada mulher atribui um "sacrifício máximo" que ela faria pelo homem mais
desejável da Terra (i.e. com pontuação 10, máxima). Supondo que uma mulher em
especial atribua o sacrifício máximo = 9.
Sacrifício (Y)
sexo anal| **
| **
| **
sexo oral| **
| **
| **
sexo
normal| **
+**--------------Qualidade (X)
Para
homens com nota menor que 9, o sacrifício máximo admissível será proporcionalmente
menor. Assumindo que essa proporção seja linear, podemos criar uma pequena
fórmula:
Y
= 0.9 * X
onde
Y é o sacrifício máximo, e X é a nota do homem em questão, de 0 a 10.
Essa
mulher em questão só se disporia a fazer sexo anal com um homem cuja avaliação
fosse de, no mínimo, 7,77.
Assumindo
que, na cabeça de uma mulher, a distribuição da população masculina dentro das
avaliações de 0 a
10 siga a Distribuição de Poisson (*), como costuma acontecer com diversos
fenômenos naturais do gênero, serão realmente poucos que conseguirão fazer sexo
anal com uma mulher. Já o sexo oral é relativamente mais fácil de conseguir, e
a prática demonstra isso cabalmente.
Suponha
agora uma outra mulher, onde o sacrifício máximo que ela faria por um homem
nota 10 fosse apenas 6,5. Essa mulher tem um ego realmente sólido !
Ela
não faria sexo anal nem sequer com um homem nota 10, que por definição é um só
em toda a Terra. Mesmo a chance de conseguir sexo oral com essa mulher é
remota.
Sacrifício (Y)
|
sexo anal|
| ***
| ***
sexo oral| ***
| ***
|
***
sexo
normal| ***
+**-----------------| Qualidade (X)
No
entanto, se aparecesse um "Super Homem", digamos com nota 17, ela o faria.
Isso nos leva ao seguinte teorema:
"Toda
mulher aceitará qualquer prática sexual, mesmo em detrimento de sua saúde, provido um homem suficientemente
atraente."
Outras
possíveis aberrações:
-
Uma mulher realmente necessitada, que se dispusesse a fazer qualquer sacrifício
por um homem de nota igual ou maior que 6. Nesse caso, a reta do gráfico
cartesiano fica com declividade maior que 1:
Sacrifício (Y)
| *
|
*
sexo anal| *
| *
|
*
sexo oral|
*
|
*
|
*
sexo
normal| *
+*------------------| Qualidade (X)
Y
= 1,66 * X
e
qualquer homem com nota maior que 4,21 conseguiria convencê-la a fazer sexo
anal. Uma mulher realmente "fácil"...
- Uma mulher que gostasse de sexo anal. (São raras, em torno de 5% da população feminina). Nesse caso, a "cota
de sacrifício" associada à prática será menor, e conseqüentemente o fato
dessa mulher aceitar essa prática sexual não consiste em prova de que atribui
nota alta ao parceiro. Porém, se ela NÃO
aceita a prática, É PROVA de que não dá valor ao parceiro.
- Uma mulher que simplesmente não suportasse fazer sexo oral ou anal consignará
essas práticas a uma cota de sacrifício "impossível", acima de 10, e
portanto nenhum homem existente no planeta a conseguiria convencer a praticar
tal tipo de sexo.
Como
já foi dito, uma mulher tende a ficar com um homem, uma vez que o tenha
escolhido. Para trocá-lo por outro, esse outro terá de ter uma nota maior que o
primeiro, para vencer a "inércia" do instinto feminino.
E
a análise das práticas sexuais que ela se dispõe ou não a fazer com cada um
deles é sim baliza para determinar quanto cada um deles "valia" para
ela.
Mesmo
para homens que não apreciam praticar sexo oral ou anal (no caso do sexo anal,
realmente há muitos homens que nem suportam a idéia), pode ser uma estratégia
inteligente propor a prática à parceira, apenas como teste.
(*) A distribuição de Poisson
caracteriza-se pela rápida diminuição do número de elementos da esquerda para a
direita. Difere da distribuição normal no sentido em que esta representa a
distribuição em torno de uma média, enquanto aquela representa uma distribuição
de elementos
aberrantemente maiores que
zero:
| ** |*
| *
* | *
| *
* | **
| _=* *=_
| **===____
+----------------- +--------------
Normal Poisson
6.
"Mas eu amo esse cachorro."
"Eu não consigo esquecer aquele
cachorro."
Dizer
que uma mulher tem "inércia" em trocar um homem por outro melhor é meio
simplista. Por isso, desenvolvi outro modelo matemático que explica esse e
outros aspectos do comportamento feminino.
Acredito
que, além da presença ou não de homens mais atraentes, outro fator influencia a
inércia feminina. É altamente provável que uma mulher permaneça com um homem se
sentir que o "possui" e que pode, digamos assim, coagí-lo a agir de
acordo com seus interesses.
O
mesmo ocorre com o homem, não é ? Mas a metodologia de cálculo da "posse"
é diferente nos dois sexos: na mulher ela é uma integral, enquanto no homem ela
é uma diferencial, ou derivada.
Gosto
de usar situações-limite para exemplificar conceitos, e nesse caso a traição
parece uma boa baliza. Via de regra, um homem abandona a mulher imediatamente
se ela lhe trai; já a mulher suporta um certo número de traições por ano ou por
década, e apenas se esse limite estourar é que ela deixará o homem - provido
que ela já tenha outro em vista é claro :)
Ora,
porque essa diferença ? Na minha limitada percepção, entendo que a mulher
integra tudo que o homem faz por ela (sustento, carinho, bom trato dos filhos,
amor verdadeiro, etc. etc. etc.). Nesse contexto, a traição ou qualquer outro
ato negativo representa apenas uma pequena
redução
no "valor total" do homem. Apenas se ele realmente pisar na bola inúmeras
vezes, é que o valor total decrescerá a um nível perigoso.
Já
o homem é mais inseguro nesse ponto, e calcula a posse da mulher mediante uma
derivada, ou diferencial. Se ela lhe fez algo diferente na cama, ou lhe trouxe
café na cama, ou brigou com a mãe dela por sua causa, o sentimento de posse do
homem sobre a mulher vai às alturas. Já qualquer outro fato negativo faz com
que a posse caia rapidamente. Uma traição representa uma queda tão brusca que
fará o valor de posse negativar-se muito rapidamente - e o homem deixará a
mulher mesmo que não tenha outra em vista.
Qual
dos dois comportamentos é mais racional ? Em princípio, nenhum. Numa análise
sócio-econômica, o da mulher é na verdade mais justo. Sem falar no fato de que
ele nos facilita a vida, enquanto homens: temos sempre uma grande lazeira para
redimir-nos de nossas mancadas.
Menos
divertido é o fato de que a mulher inconscientemente espera que nós homens
também as avaliemos mediante o critério integrador. Acredito mesmo
que
as mulheres, quando nos escorvam os galhos e vão embora, acham que devemos
continuar gostando delas, porque nos foram boas durante N unidades de tempo.
A
situação oposta é quando o homem resolve-se a abandonar a mulher. Esse ato, por
si só, não zera o "valor de posse" da mulher que como vimos é
integrador. Nem mesmo o fato do homem arrumar outra namorada fará com que
aquela primeira esqueça-o de uma vez. E lá fica ela, sozinha, chupando dedo,
mas recusando-se teimosamente a procurar outro homem.
Como
o homem é capaz de deixar da mulher E ficar sozinho, é provável que, a cada X dias,
a libido cobre seu cruento tributo, e ele tenha de procurar uma fêmea para
satisfazer-se. Ora, aquela primeira mulher que ele deixou ainda
gosta dele, então, fica cômodo aliviar-se nela de tempos em tempos.
Que coisa feia... Aí a nossa vítima (*) fica dizendo que "não
consigo esquecer aquele cachorro" porque o valor de posse é mantido
estável pela transa periódica, a libido dela também fica satisfeita...
(*) Por mim elas podem todas
explodir e arder em chamas.
Se
eu tivesse de dar uma dica às mulheres: realmente daria essa: para esquecer
"aquele cachorro", não consinta que ele use-a sexualmente. O tempo e
a ausência sexual do macho vão paulatinamente erodir o "valor de
posse", até que zere e então você está finalmente livre.
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