quinta-feira, 25 de abril de 2013

Manual das Mulheres - Capitulos 5 e 6



5. "O que você deu pra ele que não dá para mim ?"   "Tudo. TUDO MESMO !!!"




O leitor já deve ter percebido bem que este manual ignora largamente a questão do homossexualismo. Portanto, os únicos protagonistas possíveis do deselegante diálogo que rotula este capítulo são um homem e uma mulher, que manifestam-se nesta respectiva ordem. Ainda há um elemento ausente, o amante da mulher, que talvez nem mesmo exista.

A discussão é sobre práticas sexuais. Ao corno da discussão, preocupa o fato de a "sua" mulher ter feito qualquer coisa mais especial com o Ricardão, que com ele mesmo.

Parece uma bobagem, coisa de corno mesmo, mas não é. Uma mulher realmente se dispõe a fazer mais estripulias sexuais com um homem a quem ela realmente ama ou deseja. Eis uma das verdadezinhas sujas da vida, que as mulheres
gostariam de ver oculta, a todo custo.


Imagine um gráfico cartesiano, onde o eixo X é o valor relativo de um homem, avaliado por uma determinada mulher, varie de 0 a 10, onde zero é o homem mais repugnante, e 10 o homem mais desejável da face da Terra. Sempre lembrando que esse "valor" atribuído a cada homem varia de mulher para mulher, e também numa mesma mulher por força do Princípio da Incerteza.

Já o eixo Y é um sacrifício qualquer, que a mulher faria por um homem, também variando de 0 a 10, onde 10 seria, digamos, matar outra mulher pelo amado.(Suicídio NÃO é um candidato a sacrifício máximo. O instinto de conservação de uma mulher é muito mais apurado que o de um homem).

Sacrifício (Y)
|
|
|
|
|
+-------------Qualidade(X)

Então, poderíamos atribuir uma cota de sacrifício a cada prática sexual mais usual: 1 para sexo normal (visto que não é exatamente um sacrifício para a mulher), 4 para sexo oral e 7 para sexo anal. Estes seriam valores "médios"; depois discutiremos sobre isso.



           Sacrifício (Y)
           -
           |
           |
  sexo anal|
           |
           |
  sexo oral|
           |
           |
sexo normal|
           +-------------------| Qualidade (X)

Então, cada mulher atribui um "sacrifício máximo" que ela faria pelo homem mais desejável da Terra (i.e. com pontuação 10, máxima). Supondo que uma mulher em especial atribua o sacrifício máximo = 9.


           Sacrifício (Y)        
          
  sexo anal|                      **
           |                        **
           |                      **
  sexo oral|               **
           |                 **
           |              **
sexo normal|  **
           +**--------------Qualidade (X)

Para homens com nota menor que 9, o sacrifício máximo admissível será proporcionalmente menor. Assumindo que essa proporção seja linear, podemos criar uma pequena fórmula:
Y = 0.9 * X
onde Y é o sacrifício máximo, e X é a nota do homem em questão, de 0 a 10.
Essa mulher em questão só se disporia a fazer sexo anal com um homem cuja avaliação fosse de, no mínimo, 7,77.

Assumindo que, na cabeça de uma mulher, a distribuição da população masculina dentro das avaliações de 0 a 10 siga a Distribuição de Poisson (*), como costuma acontecer com diversos fenômenos naturais do gênero, serão realmente poucos que conseguirão fazer sexo anal com uma mulher. Já o sexo oral é relativamente mais fácil de conseguir, e a prática demonstra isso cabalmente.

Suponha agora uma outra mulher, onde o sacrifício máximo que ela faria por um homem nota 10 fosse apenas 6,5. Essa mulher tem um ego realmente sólido !
Ela não faria sexo anal nem sequer com um homem nota 10, que por definição é um só em toda a Terra. Mesmo a chance de conseguir sexo oral com essa mulher é remota.
      Sacrifício (Y)
           |                 
           |                
  sexo anal|              
           |                        ***
           |                      ***
  sexo oral|               ***
           |                 ***
           |              ***
sexo normal|    ***
           +**-----------------| Qualidade (X)


No entanto, se aparecesse um "Super Homem", digamos com nota 17, ela o faria. Isso nos leva ao seguinte teorema:
"Toda mulher aceitará qualquer prática sexual, mesmo em detrimento de sua  saúde, provido um homem suficientemente atraente."

Outras possíveis aberrações:

- Uma mulher realmente necessitada, que se dispusesse a fazer qualquer sacrifício por um homem de nota igual ou maior que 6. Nesse caso, a reta do gráfico cartesiano fica com declividade maior que 1:
           Sacrifício (Y)
           -                 *****
           |               *        
           |              *        
  sexo anal|        *       
           |            *          
           |            *       
  sexo oral|      *     
           |          *    
           |         *  
sexo normal| *
           +*------------------| Qualidade (X)

Y = 1,66 * X

e qualquer homem com nota maior que 4,21 conseguiria convencê-la a fazer sexo anal. Uma mulher realmente "fácil"...

- Uma mulher que gostasse de sexo anal. (São raras, em torno de 5% da   população feminina). Nesse caso, a "cota de sacrifício" associada à prática será menor, e conseqüentemente o fato dessa mulher aceitar essa prática sexual não consiste em prova de que atribui nota alta  ao parceiro. Porém, se ela NÃO aceita a prática, É PROVA de que não dá valor ao parceiro.



- Uma mulher que simplesmente não suportasse fazer sexo oral ou anal consignará essas práticas a uma cota de sacrifício "impossível", acima de 10, e portanto nenhum homem existente no planeta a conseguiria convencer a praticar tal tipo de sexo.

Como já foi dito, uma mulher tende a ficar com um homem, uma vez que o tenha escolhido. Para trocá-lo por outro, esse outro terá de ter uma nota maior que o primeiro, para vencer a "inércia" do instinto feminino.

E a análise das práticas sexuais que ela se dispõe ou não a fazer com cada um deles é sim baliza para determinar quanto cada um deles "valia" para ela.

Mesmo para homens que não apreciam praticar sexo oral ou anal (no caso do sexo anal, realmente há muitos homens que nem suportam a idéia), pode ser uma estratégia inteligente propor a prática à parceira, apenas como teste.


(*) A distribuição de Poisson caracteriza-se pela rápida diminuição do número de elementos da esquerda para a direita. Difere da distribuição normal no sentido em que esta representa a distribuição em torno de uma média, enquanto aquela representa uma distribuição de elementos
aberrantemente maiores que zero:
 
|       **                    |*
|      *  *                   | *
|     *    *                  |  **
| _=*        *=_         |    **===____
+-----------------   +--------------
 Normal                Poisson




6. "Mas eu amo esse cachorro."
   "Eu não consigo esquecer aquele cachorro."



Dizer que uma mulher tem "inércia" em trocar um homem por outro melhor é meio simplista. Por isso, desenvolvi outro modelo matemático que explica esse e outros aspectos do comportamento feminino.

Acredito que, além da presença ou não de homens mais atraentes, outro fator influencia a inércia feminina. É altamente provável que uma mulher permaneça com um homem se sentir que o "possui" e que pode, digamos assim, coagí-lo a agir de acordo com seus interesses.

O mesmo ocorre com o homem, não é ? Mas a metodologia de cálculo da "posse" é diferente nos dois sexos: na mulher ela é uma integral, enquanto no homem ela é uma diferencial, ou derivada.

Gosto de usar situações-limite para exemplificar conceitos, e nesse caso a traição parece uma boa baliza. Via de regra, um homem abandona a mulher imediatamente se ela lhe trai; já a mulher suporta um certo número de traições por ano ou por década, e apenas se esse limite estourar é que ela deixará o homem - provido que ela já tenha outro em vista é claro :)

Ora, porque essa diferença ? Na minha limitada percepção, entendo que a mulher integra tudo que o homem faz por ela (sustento, carinho, bom trato dos filhos, amor verdadeiro, etc. etc. etc.). Nesse contexto, a traição ou qualquer outro ato negativo representa apenas uma pequena
redução no "valor total" do homem. Apenas se ele realmente pisar na bola inúmeras vezes, é que o valor total decrescerá a um nível perigoso.

Já o homem é mais inseguro nesse ponto, e calcula a posse da mulher mediante uma derivada, ou diferencial. Se ela lhe fez algo diferente na cama, ou lhe trouxe café na cama, ou brigou com a mãe dela por sua causa, o sentimento de posse do homem sobre a mulher vai às alturas. Já qualquer outro fato negativo faz com que a posse caia rapidamente. Uma traição representa uma queda tão brusca que fará o valor de posse negativar-se muito rapidamente - e o homem deixará a mulher mesmo que não tenha outra em vista.


Qual dos dois comportamentos é mais racional ? Em princípio, nenhum. Numa análise sócio-econômica, o da mulher é na verdade mais justo. Sem falar no fato de que ele nos facilita a vida, enquanto homens: temos sempre uma grande lazeira para redimir-nos de nossas mancadas.

Menos divertido é o fato de que a mulher inconscientemente espera que nós homens também as avaliemos mediante o critério integrador. Acredito mesmo
que as mulheres, quando nos escorvam os galhos e vão embora, acham que devemos continuar gostando delas, porque nos foram boas durante N unidades de tempo.

A situação oposta é quando o homem resolve-se a abandonar a mulher. Esse ato, por si só, não zera o "valor de posse" da mulher que como vimos é integrador. Nem mesmo o fato do homem arrumar outra namorada fará com que aquela primeira esqueça-o de uma vez. E lá fica ela, sozinha, chupando dedo, mas recusando-se teimosamente a procurar outro homem.

Como o homem é capaz de deixar da mulher E ficar sozinho, é provável que, a cada X dias, a libido cobre seu cruento tributo, e ele tenha de procurar uma fêmea para satisfazer-se. Ora, aquela primeira mulher que ele deixou ainda gosta dele, então, fica cômodo aliviar-se nela de tempos em tempos.

Que coisa feia... Aí a nossa vítima (*) fica dizendo que "não consigo esquecer aquele cachorro" porque o valor de posse é mantido estável pela transa periódica, a libido dela também fica satisfeita...

(*) Por mim elas podem todas explodir e arder em chamas.

Se eu tivesse de dar uma dica às mulheres: realmente daria essa: para esquecer "aquele cachorro", não consinta que ele use-a sexualmente. O tempo e a ausência sexual do macho vão paulatinamente erodir o "valor de posse", até que zere e então você está finalmente livre.

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