sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Você precisa beber no minimo 2 litros de água todo dia?

A Revista Amélia aborda agora um assunto de interesse científico e cotidiano, porém não relacionado ao comportamento ao comportamento social entre machos e fêmeas. Mas, de grande utilidade e interesse é a história que você certamente já ouviu que se deve beber 2 litros de água por dia.

Essa é uma história que sempre ouvi. Nunca havia duvidado dela, afinal, beber água parece fazer bem mesmo. No entanto, sempre me perguntei, se a sede que sentimos não seria suficiente para nos avisar quando estaríamos precisando de água.

Bem, a ciência, e a Revista Amélia, responde a essa minha dúvida :

Todo mundo precisa beber 2 litros de água por dia?



Cerca de 60% do nosso corpo é composto por água. Esse líquido precioso é fundamental para manter o sangue em circulação, controlar a temperatura e permitir inúmeras reações químicas que ocorrem a todo instante no organismo. Em dias normais, perdemos aproximadamente 2,5 litros pela respiração, pela urina, pelo suor e, em menor escala, pelas fezes. Claro que no verão ou após uma atividade física intensa, a perda pode ser maior.

Felizmente, ninguém precisa fazer cálculo para descobrir quanto de água deve ingerir por dia. Temos um mecanismo de controle dos mais sábios para executar essa tarefa: a sede. Por isso, vale a pena confiar mais nela do que nas pessoas que recomendam a ingestão de pelo menos dois litros de água todos os dias, mesmo contra a vontade.


"Esse é um dos maiores mitos já propagados por aí", comenta o clínico geral e nefrologista Paulo Olzon, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele afirma que as pessoas devem confiar na sede da mesma forma que não pensam o tempo todo em respirar. O mecanismo é tão poderoso que administrar a hidratação de pacientes em coma, por exemplo, costuma ser um grande desafio para os médicos -- não é só colocar dois litros de soro na veia e pronto, está tudo certo.

Em um artigo publicado em 2011 no British Medical Journal, a médica escocesa Margareth McCartney alertou que a recomendação dos dois litros é "nonsense", já que não há evidências científicas que apoiem essa ou qualquer outra quantidade. A necessidade de líquidos varia muito entre as pessoas -- depende de idade, alimentação, clima, atividade e metabolismo, entre outros fatores.

Pessoas com tendência a ter pedras nos rins ou infecções urinárias de repetição até podem se beneficiar de um consumo um pouco maior de água, assim como crianças e idosos, que podem ter uma sensação de sede diminuída. Pessoas com lesões cerebrais também podem perder essa capacidade de autorregulação e exigem cuidados específicos quanto à hidratação.

Como a vontade aparece?

O centro da sede no cérebro é o hipotálamo, uma estrutura do tamanho de uma amêndoa que fica na base do cérebro e também regula o sono e o apetite. Quando está faltando água no corpo, ele envia a mensagem que traduzimos como vontade de beber água. Claro que o cérebro pode ser sugestionado, às vezes, e sentimos esse desejo só de ver o solo rachado das represas do Sistema Cantareira, em São Paulo, assim como temos fome ao sentir o cheirinho de pão quente dentro de uma padaria.





E a ressaca? Paulo Olzon explica que o álcool inibe a presença de um hormônio que atua como antidiurético no organismo. A consequência é que a pessoa acaba urinando mais do que bebeu. "Isso acontece mesmo quando se toma destilados", esclarece o médico, apesar de associarmos as visitas ao banheiro somente à cerveja. Para aliviar a desidratação, o hipotálamo envia a mensagem para tomar (bem) mais água no dia seguinte à bebedeira.



Nessas situações, lembre-se que não vale tomar um balde de água para prevenir a sede futura. Deixe uma garrafinha por perto e vá dando goles conforme a vontade aparecer.

http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2014/12/02/clique-ciencia-todo-mundo-precisa-beber-2-litros-de-agua-por-dia.htm

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