quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Livro sobre amizade feminina afirma que mulheres podem ser muito cruéis

O lado perverso da relação entre mulheres

Livro mostra até que ponto vai a amizade feminina e faz um alerta sobre as crueldades praticadas por elas contra elas

"Enquanto os homens são capazes de machucar o meu corpo, as mulheres têm o poder de destruir a minha alma.” É com essa frase de efeito que a autora americana Kelly Valen inicia o livro “Twisted Sisterwood” (algo como irmandade distorcida), que acaba de ser lançado nos Estados Unidos.
Pela primeira vez, uma obra mostra o que elas pensam sobre a relação com as amigas, colegas e conhecidas do sexo feminino, e os efeitos devastadores que comportamentos negativos são capazes de produzir. O que se vê está longe de ser um mundo cor-de-rosa, onde todas se respeitam, se apoiam e se unem na guerra dos sexos. A partir de um questionário de 50 perguntas, respondido por mais de três mil entrevistadas, “Twisted Sisterwood” revela que 90% delas percebem “correntes de maldade e negatividade emanando de outras mulheres” de maneira frequente. Além disso, 85% afirmaram ter sido vítimas de grandes golpes, que mudaram suas vidas, de outras colegas. E mais: 75% disseram ter sofrido com o comportamento de amigas íntimas ciumentas e competitivas. Casada e mãe de quatro filhos (três meninas), Kelly esclarece que acredita na amizade sincera entre pessoas do mesmo sexo e no poder desse tipo de relação. Mas que igualmente crê que moças podem ser cruéis umas com as outras, em determinadas situações, como quando sentem ciúme ou são ameaçadas. E que, em muitos casos, essa crueldade deixa marcas emocionais de lenta cicatrização.

Por causa do livro, que não tem previsão de lançamento no Brasil, Kelly vem sendo chamada de heroína. A apresentadora americana Oprah Winfrey agradeceu a autora pela coragem de “colocar o dedo na ferida de algo que tem sido escondido debaixo do tapete”. “É leitura obrigatória”, sentenciou Oprah. Outros famosos também se posicionaram sobre o assunto. A atriz Sienna Miller disse à revista “In Style” que estava vivendo “uma guerra”. “Descobri o que é ser julgada por mulheres. Não há irmandade”, afirmou.
“Falar mal e fazer fofoca são comportamentos comuns entre mulheres, que desde meninas agem de tal forma, na escola, contra as colegas”, comenta o psiquiatra Antônio Flávio Testa, professor da Universidade de Brasília (UnB). “Isso acontece porque, diferentemente dos homens, que geralmente partem para a porrada, elas internalizam, remoem, permanecem magoadas.” Muitos dos que leram o relato de Kelly no periódico acusaram-na de destilar heresias e de ser desleal com o seu gênero. “O que vivi na faculdade mudou a minha vida. Por cerca de dez anos tive dificuldade de confiar nas pessoas, especialmente nas mulheres, e me fechei”, disse a autora à IstoÉ.

Através de relatos, o livro mostra que as facadas são proporcionais à intimidade.
Quanto mais próxima a mulher é daquela que lhe faz mal, mais ferida ela sai de uma relação que dá errado. “Acontece que muitas mulheres, disfarçadas de amigas, se aproveitam da intimidade que têm com a outra em benefício próprio”, diz Testa. “É o lado mais dissimulado da relação e o mais cruel, pois quem se abre confia e não espera ser traído.” A atriz Franciely Freduzeski, 31 anos, viveu esse tipo de traição. Uma amiga íntima se aproveitou da proximidade para sabotar o seu namoro com um rapaz que ela havia conhecido pouco tempo antes. “Lembro que, próximo do meu aniversário, ele quis saber o que eu gostaria de ganhar e foi apurar com ela”, conta Franciely. “Ela sabia que gosto de saltos altos, mas disse a ele para comprar uma rasteirinha.” Com o tempo, Franciely descobriu que a outra se encontrava às escondidas com o namorado dela e contava segredos de seu passado. Resultado: a amizade e o namoro acabaram. “Engana-se quem pensa que as mulheres se ajudam só porque são do mesmo gênero”, diz a historiadora e estudiosa do universo feminino Mary Del Priore. “Elas competem por tudo, a diferença é que algumas jogam limpo e outras não.”

http://www.istoe.com.br/reportagens/119862_O+LADO+PERVERSO+DA+RELACAO+ENTRE+MULHERES 

O que será que as mulheres acham desse livro? A Revista Amélia acha que o livro tem razão. Mas gostaria de saber o que as mulheres têm a dizer sobre o assunto.

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