sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Entrevista com Antonio Fagundes, demonstra que ele entende de ciência : "A mulher que não tem explicação biológica, só tem um óvulo, estão traindo por quê?"

O ator revela seu manual particular da boa vida masculina, fala sobre relacionamento aberto, traição, monogamia e... dormir de conchinha!




Aos 64 anos, Antonio Fagundes lê muito, mas também adora jogar videogame. Passa madrugadas tentando finalizar as fases dos jogos. Solteiro, diz que tem “algumas peguetes”, mas não sai atirando para todos os lados. É cuidadoso e preza a liberdade no relacionamento.

Na novela, seu personagem, César, ganhou o apelido de Mister Catra (funkeiro casado com três mulheres e com 21 filhos). O que acha da repercussão?
Quem é ele mesmo? Ah, aquele cara que teve 19 mulheres! É uma conta errada. Estão exagerando (risos). O Walcyr (Carrasco) acertou em cheio, colocou personagens com a complexidade do ser humano. César é mau-caráter, tem amante, é homofóbico, mas ao mesmo tempo ama a esposa, uma das filhas e tem postura ética. Não é mais ou menos assim que o ser humano é? Nos adoram ou nos odeiam. Essa complexidade está fazendo o público pensar.
Trair faz parte da natureza do homem então? 
As feministas não gostam, mas existe uma visão biológica disso. Nós não podemos esquecer que antes de sermos civilizados, fomos macaquinhos. Biologicamente o homem tem a cada ejaculação 300 milhões de espermatozoides e a mulher tem um óvulo só. Você vê que o homem foi feito mesmo para espalhar essa coisa. Quanto mais mulheres o homem conseguisse fecundar, mais a espécie sobreviveria. Digamos que isso não alivia a nossa culpa, mas explica um pouquinho as traições. A monogamia é rara até na fauna. Nem passarinho é monógamo. Mas mulheres também estão dando seus pulinhos. E a mulher que não tem explicação biológica, só tem um óvulo, estão traindo por quê (risos)?
Uma vez você falou que casamento e amor não são compatíveis. Por quê? 
Tem um livro que recomendo: Contra o Amor, da Laura Kipnis. Exatamente na página 100 ela lista coisas que você não pode fazer quando tem um compromisso. Por exemplo: não pode sair sem dizer onde vai; não pode voltar tarde sem dizer onde foi etc. São bobagens que destroem a vida das pessoas. Então, algo que te impeça de fazer tanta coisa não pode ser amor...
Então não é do tipo que gosta de discutir relação? 
DR para mim só tem uma, quando você separa. Eu sento, converso e vou embora. Você já trabalha o dia inteiro e vai chegar em casa e ainda tem de “trabalhar” o casamento? Deus me livre, casamento tem de ser bom! E para isso você precisa mexer em algumas estruturas. Talvez não morar juntos, ter sua privacidade...
Acredita que relacionamento só dá certo se os dois morarem em casas separadas? 
Eu moro sozinho. Essa coisa de dormir de conchinha era na época que as pessoas não tinham dinheiro para comprar duas camas. Ou dormia assim ou caía da cama. É mentira que dormir de conchinha é bom! As pessoas se acostumaram, mas o gostoso é virar na cama, levantar, fazer barulho, ir ao banheiro sem se preocupar.
E nos dias de hoje, Fagundes tem “peguetes” ou namora? 
De vez em quando tenho umas peguetes, mas prefiro namorar. Sou à moda antiga, preciso ficar um bom tempo com a pessoa. Peguete para mim é um ano. Não saio por aí quicando. Eu tomo cuidado. Quem decide é a mulher. Só se aproxima dela quem ela quer.
Sempre namorou belas mulheres. Prefere as jovens? 
As mulheres novas que me escolhem (risos). Acho ótimo, está tudo bem. Qualquer relação é uma troca. Você vê uma mulher bonita, se ela tiver um corpo bom, melhor ainda! Aí eu dou outras coisas: eu dou segurança, conhecimento e maturidade. Tudo é uma troca.
O que a idade o ensinou? 
A questão da liberdade e da individualidade. As pessoas têm de ter privacidade. Eu jamais pergunto com quem a mulher está, o que fez. Ela conta se ela quiser. De repente ela quer falar. Eu vou ouvir com o maior prazer, mas não vou perguntar. Com celular você pode estar até no motel! Se há relação, precisa existir confiança.

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