sábado, 19 de julho de 2014

Minha História : A Felicidade de ser submissa

Essa seção, Minha História, traz interessantes depoimentos de vida que mostram como cada um tem sua própria noção de vida!
Essa é a história de uma feminista que gosta de seu submissa a um homem. Interessante.

A felicidade de ser uma submissa: como me tornei uma fã de dominação


O livro “Cinquenta Tons de Cinza” é ficção, mas o sexo bizarro em suas páginas é muito real. Em entrevista à Marie Claire Australiana, uma mulher descreve como se tornou uma submissa e fã de práticas de dominação – e porque esse comportamento não é tão ruim quanto imaginamos


Quando conheci Doug em um site de relacionamentos, em 2005, nós tínhamos 26 anos e vivíamos em Washington, D.C. Os dois recém-saídos de relacionamentos sérios, os dois com uma jornada de trabalho longa em empregos que amávamos. Em nosso primeiro encontro, embora tivéssemos apenas nos beijado, ele disse que eu não seria mais a mesma quando ele fizesse sexo comigo. Eu sabia que ele estava certo – eu só não sabia o que aquilo significava. Nenhum de nós sabia.

Muitos meses se passaram depois que terminamos, mas eu não conseguia tirar Doug da cabeça. Passei a ter fantasias como nunca tinha tido com outro homem: eu queria que ele me dominasse. Já tinha ouvido falar sobre BDSM — bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo, mas não sabia muito sobre o assunto. Curiosa sobre meus novos sentimentos, fiz algumas pesquisas na internet. Em um site encontrei imagens de mulheres amarradas e chicoteadas, em outro, uma menina deitada no chão respondia para um homem, de pé sobre ela, a quem ela pertencia. A resposta: ele! Tudo ficou claro, mas eu ainda me sentia confusa. Não era bizarro eu, orgulhosamente feminista, gostar de uma coisa tão degradante? Eu jamais ficaria com um homem que me maltratasse. Como podia gostar disso, então? Ainda sim, eu continuei pesquisando. Entre alguns cliques, encontrei, sem querer, o perfil de Doug. No começo, fiquei muito chocada, mas depois fez todo sentido: essa era a nossa conexão. Mandei uma mensagem: “Não sabia desse seu lado”.

“ELE DISSE PARA EU TIRAR MINHAS CALÇAS. E EU OBEDECI”
Quase dois anos se passaram antes de eu vê-lo novamente. Nós tínhamos casado com outras pessoas, seguido com nossas vidas. Quando Doug mandou uma mensagem contando que estava se mudando para Boston, eu concordei em encontrá-lo para uma bebida. Disse a verdade ao meu marido, com quem partilhava uma relação muito honesta. Assim que vi Doug, senti que aquela nossa conexão obscura ainda existia. No fim do encontro, ele me acompanhou até o carro e nos beijamos. Ele disse para eu tirar minhas calças. Eu obedeci. E nós voltamos para a mesma situação de quando havíamos nos visto a última vez. Ele partiu para Boston com sua mulher na manhã seguinte. E assim, mesmo com a longa distância, a nossa relação D/s extraconjugal começou.

Recentemente, fui até Boston para um longo fim de semana, quando a mulher de Doug estava fora da cidade. Ele chegou no meu hotel e me fez sentar nos meus joelhos, enquanto me batia com o cinto. Em um relacionamento D/s, você precisa confiar em outro ser humano de uma forma rara. Um dominador é intoxicado por alguém que está disposto a confiar muito dele. Uma submissa é intoxicada pela rendição - e não porque é fraca. Sobreviver, resistir, é uma proeza. Eu sei que é estranho, mas sinto que se posso fazer isso, consigo fazer qualquer coisa.

“SUBMISSAS NÃO SÃO CAPACHOS. ESTAMOS APENAS EXPRESSANDO UM FETICHE QUE MUITAS PESSOAS TÊM MEDO DE COMPARTILHAR”

Doug é agora um empresário completamente conservador. Ele vive em uma casa enorme em um subúrbio de Boston, joga golfe, pilota aviões e corre maratonas (é embaraçoso e difícil admitir, mas Doug se parece muito com Christian Grey). Mas a verdade é que me sinto mal por ele. Não poderia imaginar uma vida dupla como ele faz. E eu me sinto culpada por sua mulher. No entanto, de forma egoísta, a minha principal preocupação é proteger a nós e o nosso relacionamento.

Sou completamente alfa em casa e no trabalho. Tenho dois funcionários em tempo integral e sou uma chefe mandona. Subs não são capachos. Estamos apenas expressando lados mais escuros de nós mesmos, assim como todas as outras pessoas provavelmente têm algum fetiche, mas têm medo de compartilhar.

http://revistamarieclaire.globo.com/Comportamento/noticia/2013/01/felicidade-de-ser-uma-submissa-como-me-tornei-uma-fa-de-dominacao.html

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